terça-feira, 5 de abril de 2011

MOMENTO SELVAGEM

Sonhos, fantasias, desejos
povoam-me os pensamentos.
Sinto ânsias incontidas,
tenho vontades de ti.
Olhos fechados, lábios entreabertos,
nossas bocas se buscam.
Nossas mãos agitadas escorregam
em cada curva de nossos corpos.
E quando nossos corpos se procuram,
se acham,
misturam-se nossos hálitos,
misturam-se nossos suores,
nossos desejos,
nossas peles.
Nosso momento é quente,
selvagem, atrevido.
Abafamos nossos gritos,
viajamos num mundo louco,
muito louco do prazer,
das delícias,
do paraíso,
do amor...

POETA

A existência do poeta se justifica, não somente por escever versos,
mas principalmente por ter a quem dedicá-los.

quinta-feira, 3 de março de 2011

MINHA JANELA

Afastei as cortinas e abri a janela de minha vida.
Deixei entrar por ela a alegria da manhã,
o canto dos pássaros,
o perfume do jardim,
o vento e o sorriso,
a ternura, o encantamento,
o gesto e a frase.
o sonho, as venturas.
Lá longe estava limpo o horizonte:
sem nuvens, recebendo o azul do céu.
Alcancei o horizonte e o trouxe para perto de mim.
O amor entrou pela janela da minha vida,
trazendo pelas mãos a tal da felicidade.
Não entendo por que ficou tanto tempo fechada                         
a minha janela.

ARGUMENTO

Não sou o aceno distante,
estou perto do teu olhar.
Se o vento sopra insistente
fazendo chegar nesse instante
a doce brisa do mar,
eu quero ser diferente,
quero que o vento insistente
traga o perfume pra mim
das flores lindas do campo,
das fores do teu jardim.


Se pareço o alvorecer
que o céu azul ilumina,
chega-me a inspiração
para fazer a poesia
e o coração de menina
que está cheio de harmonia
também ouve um coração
de alguém que amor irradia
e está pertinho daqui
trazendo tanta alegria.


Se sou uma voz sublime
que se ouve na canção
que vem de dentro da alma,
de dentro do coração
com tanta, tanta magia
que os temores acalma,
é que me inspiram os anjos
a fazer minha poesia
que ecoa no infinito
numa doce sinfonia.


Se tu guardas na lembrança
meu afeto, meu sorriso,
vou invadir tua vida.
Quero ter uma esperança
de um dia nós sermos um,
de eu olhar nos olhos teus
e ver no fundo a criança
de não ter agouro algum,
de viver os sonhos meus
contigo na paz, na bonança.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Esquecer

Desvencilhou-se das amarras
frias e pesadas
que lhe feriram o passado.
Curou as cicatrizes
e prendeu-se nos laços
do futuro de sonhos,
na ansiedade de ter
uma estrela
que iluminará seu caminho.

Lembra-te de mim

Lembra-te de mim
quando os dias nascerem vazios
as noites assombrarem tua alcova
e teus sonhos parecerem pesadelos.
Lembra-te de mim
quando teu riso calar
quando a amargura sondar tua alma
e quando a lágrima teimosa molhar tua face.
Quando, antes do sono e depois da prece
leres o poema que deixei sobre tua mesa,
não sintas solidão, saudade ou tristeza,
apenas lembra-te de mim.

Naquele Momento

Banhou-me o silêncio
como a mudez das estátuas,
gelou meu coração
Estação Ferroviária de Passa Quatro-MG (Eu e Nadir)
como o mármore das estátuas.
Naquele momento
brotou-me o soluço
e a lágrima rolou
e salgou meus lábios.
Meu relógio parou
minha vida parou.
Tudo era silêncio
a não ser o apito do trem.